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Entrevista com o novo Comandante Operacional Distrital de Leiria

A convite do Departamento de Comunicação e Imagem do Corpo de Bombeiros de Óbidos, chegámos à conversa com o novo Comandante Operacional Distrital de Leiria a fim de lhe deixarmos algumas questões no arranque da sua nova função. 

 

DCI: Qual o sentimento por si vivido neste momento de grande mudança profissional?

 

CODIS: Não deixa de ser um sentimento estranho. Por um lado tenho a convicção de se tratar de um passo importante na minha carreira, enquanto técnico de protecção e socorro. Por outro, é um sentimento de partida da “casa” e do concelho onde nasci e cresci para essa causa. Nos Bombeiros de Óbidos, onde estão muitos amigos, grandes profissionais e pessoas com valores humanos de exceção. E num Concelho onde estão as pessoas que acreditaram no meu valor, me ajudaram em muitas situações, tornando gratificante os anos que estive em Óbidos, quer como Comandante do Corpo de Bombeiros, quer como responsável pela Protecção Civil Municipal.     

 

DCI: Ser Comandante Distrital passava por uma das suas ambições?

CODIS: Ser Comandante Distrital é um passo que considero positivo e importante na minha carreira. Desde o início da minha atividade, sempre investi na minha formação pessoal e técnica, portanto se nunca me acomodei é porque ambicionava algo diferente que pudesse considerar relevante, como é o caso.   

 

DCI: Depois do trabalho desenvolvido durante 6 anos como Comandante do Corpo de Bombeiros de Óbidos, que objetivos já traçou para este novo desafio?

CODIS: Ainda é cedo para traçar objetivos neste novo cargo. Preciso de tempo para conhecer toda a organização, as pessoas que a compõem e alguns métodos com os quais ainda não estou identificado. Contudo, questões de proximidade e de uma boa relação com todos os agentes serão certamente alguns objetivos.

 

DCI: Como acha que foi encarada a sua saída por parte dos Bombeiros que comandava?

CODIS: Esta questão é interessante. Eu era das pessoas mais antigas do Corpo de Bombeiros, apesar de ter estado ausente cerca de 7 anos. Durante mais de 20 anos de convivência com os Bombeiros, naturalmente foram criados laços de amizade com alguns deles, relações de trabalho e exclusivamente institucionais com outros. Sinceramente penso que a grande maioria não gostou de me “ver partir”, para outros poderá ser entendido como uma oportunidade ambicionada para exercer outras funções.

 

DCI: Quais as maiores dificuldades que acha que vai encontrar neste novo desafio?

CODIS: Ainda é muito cedo para perceber as dificuldades que irão surgir. Depende de uma serie de factores, que passam pelas alterações climáticas a que estamos expostos, com a ocorrência de fenómenos extremos para os quais ainda não estamos completamente preparados e por um processo de colaboração com os vários agentes para que todos possamos colaborar para o bem-estar da população que servimos, sendo essa a essência da nossa existência. Como já tive oportunidade de o afirmar, a ciência dos riscos não é exata, portanto poder-nos-á sempre surpreender, causar constrangimentos e obrigar-nos a viver no “fio da navalha”.

 

DCI: De que forma retrata os Corpos de Bombeiros do distrito de Leiria?

CODIS: No desempenho de outras funções, ao nível da Autoridade Nacional de Protecção Civil, tive oportunidade de obter uma perspetiva diferenciada da capacidade dos Corpos de Bombeiros de todo o país. Não tenho dúvidas que os Corpos de Bombeiros do distrito de Leiria estão num grau de operacionalidade muito bom, estando o distrito ao nível dos melhores do nosso país.

 

DCI: Em breves palavras como descreve os 6 anos em que esteve como Comandante do Corpo de Bombeiros de Óbidos?

CODIS: Fizemos coisas muito interessantes, estou convicto que passámos por um processo evolutivo notável e acima de tudo o facto de ter sido muito gratificante o trabalho que foi desenvolvido por todos. Hoje o Corpo de Bombeiros de Óbidos está num patamar elevado e é visto por muitos como um “modelo”. Apesar disso, todo o processo de evolução é dinâmico estando a meio de um percurso que nunca acabará.

 

DCI: Na sua opinião qual deverá ser o "papel" de destaque de um Comandante Distrital?

CODIS: Manter um papel colaborante e de proximidade com todos os Agentes de Protecção Civil. 

 

DCI: Como antevê o futuro do Corpo de Bombeiros de Óbidos após a sua saída?

CODIS: Será um processo normal de transição que algum dia tinha forçosamente que acontecer, até porque ninguém é eterno. Como Obidense e Bombeiro, espero que quem fique a comandar este Corpo de Bombeiros, operacionalmente e tecnicamente faça ainda um melhor trabalho, se possível nesta linha de orientação ou noutra eventualmente melhor.

 

DCI: Nos últimos anos, não foi só Comandante do Corpo de Bombeiros de Óbidos. Desempenhou funções como Formador, pertenceu à direção da Federação Distrital dos Bombeiros, foi conselheiro da Liga dos Bombeiros Portugueses, foi Comandante Municipal, desempenhou funções de CPO – Comandante Permanente às Operações. No seu entender qual deve ser o Perfil de um Comandante de um Corpo de Bombeiros?

CODIS: Um Comandante de um Corpo de Bombeiros deve ser uma pessoa disponível, tecnicamente preparada, de fácil relação humana, exigente e disciplinador. Além destes atributos deverá ter ainda outra virtude, que será a forma de perceber o voluntariado, que exerce a sua ação de forma profissional, mas não deixa de ser isso mesmo.

Deve ainda sentir prazer, orgulho e vaidade pelo cargo que exerce e pelas funções que executa na defesa da causa que se propõe quando decide ser Bombeiro.

 

Departamento de Comunicação e Imagem do CBO